quinta-feira, 14 de maio de 2015

'Eu roubo mesmo, o povo que se f**', diz vereador petista



Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal (PF) com autorização da Justiça mostram vereadores de Naviraí, distante 350 quilômetros de Campo Grande, negociando vantagens. Na conversa, eles também ofendem a população. As investigações começaram em 2013. A data da gravação não foi divulgada.


O diálogo gravado é entre o presidente da Câmara Municipal de Naviraí, Cícero dos Santos (PT) que em entrevista à TV Morena declarou ser "inocente" e outro vereador, do PMN.


Veja trecho das gravações, ocorrido após os atos de corrupção serem combinados:
Cícero dos Santos: Quero que se f...!
Outro vereador: O povo?
Cícero dos Santos: Tô igualzinho...
Outro vereador: Eu aprendi com você demais!
Cícero dos Santos: O povo que se f....! Que tome no c...!
Outro vereador: Aham?
Cícero dos Santos: O povo que tome no c...! Que vai pra p... que p...!
Outro vereador: Claro! Quero nem solução!
Cícero dos Santos: Senta na p.... e roda!
Outro vereador:Claro!
Cícero dos Santos: Povo, vai se f..., povo!
Outro vereador: (Risos)
Cícero dos Santos: Botar no face: O povo tem que se f...

Esquema

Os dois legisladores municipais e outras oito pessoas foram presas nessa quarta-feira (8) durante operação da Polícia Federal (PF). Do total de presos, sete são por mandado de prisão preventiva e três por mandado de prisão temporária. Há vereadores e empresários.

Conforme a PF, os vereadores montaram um esquema para ficar com parte dos salários pagos aos servidores comissionados e também cobravam por liberação de alvarás a comerciantes.

Os funcionários eram obrigados a fazer empréstimo consignado junto a instituição financeira antes mesmo de começar a trabalhar. O delegado Nilson Negrão explica como o era o esquema.

"Dois mil reais um salário. Eu político. Eu te contrato comissionado, mas você me dá R$ 500 por mês. Mas eu quero receber à vista. Então, faz um empréstimo e aí esse empréstimo você me dá", conta o delegado.

O superintendente da PF em Mato Grosso do Sul, Edgar Marcon,  declara. "O que foi levantado é que a corrupção é devido à ganância desses vereadores, não nas eleições, uma vez que investiam em imóveis. Existe indícios que estavam lavando dinheiro da corrupção em empresas".

Operação Atenas

Além dos 10 mandados de prisão, a ação também cumpriu 28 conduções coercitivas e 35 mandados de busca e apreensão. As suspeitas são de envolvimento nos crimes de formação de quadrilha, corrupção e extorsão contra o Poder Executivo.

Segundo a assessoria de imprensa do órgão, na ação foram apreendidos 27 carros, uma motocicleta, um barco, R$ 70 mil em espécie e ainda um cofre cujo dono disse aos policiais que havia aproximadamente R$ 50 mil dentro.

Ainda de acordo com a PF, as investigações revelaram a participação de parlamentares e empresários em crimes contra os cofres públicos.

Do G1 MS, com informações da TV Morena
Editado por Gazeta Social

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