quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Denúncia contra Collor no Supremo também envolve servidores do Senado


24/08/2015  22h23 - Atualizado às 22h55

A denúncia enviada pela PGR (Procuradoria Geral da República) ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) envolve, além de um ex-ministro de seu governo, dois funcionários de seu gabinete e um assessor da empresa de televisão da qual o parlamentar é sócio.

Os colaboradores de Collor são suspeitos de participação no esquema de corrupção por movimentar suposta propina para o congressista, que foi acusado de crimes como corrupção ativa e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações do Ministério Público Federal, o grupo de Collor recebeu R$ 26 milhões em recursos desviados da estatal, entre 2011 e 2014.

Além de Collor e do ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos, outras três pessoas foram denunciados ao STF na mesma ação. Cleverton Melo da Costa e Fernando Antonio Silva Tiago foram contratados no Senado em 2007, ano em que Collor tornou-se parlamentar da Casa. O terceiro denunciado é Luis Pereira Duarte de Amorim, que é tratado pela procuradoria como administrador de empresas de Collor e que tem vínculos com a TV Gazeta de Alagoas.

Os ministros do STF ainda vão decidir se aceitam a denúncia assinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Se for acolhida, eles viram réus e passam a responder a uma ação penal. Não há prazo para essa decisão. Além de Collor, a PGR denunciou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Foram as primeiras denúncias contra políticos com mandato acusados de ligação com o esquema. Os dois congressistas negam ligação com os desvios.


O vídeo a seguir revela como o grupelho comandado por Rodrigo Janot deturpou as funções da Procuradoria-Geral da República. Ordenado por ele, procuradores rasgam a resolução do Senado, invadem imóvel de uma instituição da República, passam por cima da lei e cometem diversas arbitrariedades. Antes mesmo de ser ouvido e ter a oportunidade de esclarecer as acusações, fui denunciado e pré - condenado. Nao me dobro à truculência e ao festim midiático. A justiça haverá de ser feita no tempo certo. Confira a matéria completa no link a seguir: http://goo.gl/oUC3xO
Posted by Fernando Collor on Segunda, 24 de agosto de 2015
Costa é ajudante parlamentar sênior e recebe salário de R$ 3.202,94. Segundo a Folha apurou, ele teria feito depósitos em dinheiro de mais de R$ 100 mil em nome da TV da qual o senador figura como sócio. As transações foram em favor da Água Branca participações, da qual Collor é sócio majoritário, além de outras empresas. A Ferrari e a Lamborghini apreendidasem julho pela Polícia Federal estão registradas em nome dessa companhia. A suspeita dos investigadores é que a empresa é de fachada porque, entres outras questões, ela não tem funcionários.

Silva Tiago também foi contratado no Senado em 2007 em cargo de indicação política e atua como ajudante parlamentar intermediário com salário de R$ 2.042,14. Ele também é apontado nas investigações como tendo movimentado quantias consideráveis em dinheiro em favor de empresas do parlamentar. Foram quatro depósitos acima de R$ 100 mil cada, entre 2011 e 2014.

Considerado pelos investigadores como homem de confiança de Collor, Luis Pereira Duarte de Amorim teria intermediado repasses do doleiro Alberto Youssef, para o senador e Pedro Paulo.

Braço direito de Youssef, Rafael Ângulo, que fechou acordo de colaboração com o Ministério Público, contou aos investigadores que o doleiro pediu que ele fosse pelo menos quatro vezes até Alagoas para fazer entregas a Amorim. O delator sustentou que Amorim ia buscá-lo no aeroporto. Normalmente, quantias de R$ 100 mil em espécie eram sempre deixadas no porta-luvas do carro.

Procurado na noite desta segunda-feira, o advogado de Collor, Fernando Neves, não retornou as ligações da Folha. No gabinete do Senador, ninguém atendeu.
A reportagem não conseguiu localizar Amorim até a publicação deste texto.


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