terça-feira, 4 de agosto de 2015

Suspeito de atentado da França confessa ter decapitado chefe

A cabeça de um homem decapitado, com inscrições em árabe, foi encontrada próxima ao local de atentado (Foto: Emmanuel Foudrot/Reuters)
28/06/2015 09h25 - Atualizado em 28/06/2015 10h54

Yasin Salhi foi preso na sexta-feira em local de atentado.
Ele também teria tirado "selfie" junto à cabeça de sua vítima.

Yassin Salhi, de 35 anos, suspeito de decapitar um empresário antes de cometer um atentado na região de Lyon (centro-leste da França) na última sexta-feira (26), reconheceu o assassinato - informou neste domingo (28) uma fonte próxima ao caso, segundo a agência France Press.
Salhi, preso no local do ataque, uma fábrica química em Saint-Quentin-Fallavier, começou a falar com os investigadores na noite de sábado após ter permanecido em silêncio desde sua prisão.
Ele também teria enviado um "selfie" junto à cabeça de sua vítima, Hervé Cornara, de 54 anos, por meio do aplicativo de mensagens instantâneas Whatsapp a um número de telefone norte-americano.
"Também forneceu elementos sobre as circunstâncias" do crime, afirmou a fonte, sem dar mais detalhes. O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, garantiu neste domingo que o país "sob uma grande ameaça terrorista" e que o combate ao jihadismo "será grande".
Ataque
Salhi foi rendido por um bombeiro na sexta-feira quando abria botijões de acetona na fábrica química. Antes disso, ele teria pendurado a cabeça de seu chefe na empresa em que trabalhava em um muro e a rodeado de cartazes com inscrições muçulmanas, informa a Agência EFE.

Arte ataque frança - vale este (Foto: Arte/G1)Arte ataque frança - vale este (Foto: Arte/G1)
O suspeito ainda bateu seu veículo contra um armazém onde havia botijões de gás, o que provocou uma grande explosão, que não causou vítimas entre os cerca de 50 empregados da empresa.
O suspeito foi detido e conduzido em um primeiro momento a um hospital de Lyon para ser atendido pelos ferimentos causados pela explosão. Ao ser liberado foi para a polícia em Lyon para ser interrogado.
Em um primeiro momento, Salhi se mostrou pouco cooperativo com os agentes, mas segundo seus advogados nas últimas horas começou a dar detalhes dos atos.
O atentado, o primeiro com uma decapitação registrado na França, levou o Executivo a elevar o nível de alerta antiterrorista na região Ródano-Alpes durante três dias.
Os investigadores franceses estudam uma possível conexão com a Síria. De acordo com os últimos dados disponíveis, pelo menos 473 pessoas que deixaram a França estão nas áreas controladas pelo grupo Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque.
A prisão provisória de Yassin Salhi foi prorrogada, assim como a de sua mulher e de sua irmã, também detidas na sexta-feira. Em casos envolvendo acusações de terrorismo, esse tipo de detenção pode ser estendida por até 96 horas.
Modus operandi similar ao EI
A necropsia de Hervé Cornara, de 54 anos, foi realizada no sábado, com o objetivo particular de verificar se o cadáver foi decapitado antes ou após a morte da vítima. Os primeiros resultados não foram conclusivos.

A cabeça foi cercada por bandeiras com mensagens religiosas islâmicas, um modus operandi semelhante ao do Estado Islâmico (EI). Yassin Salhi começou a trabalhar este ano na empresa de transportes de Cornara.
Ao volante de caminhonetes da empresa, Salhi se dirigia regularmente à fábrica de gás do grupo americano Air Products, em Saint-Quentin-Fallavier. Os funcionários o conheciam, razão pela qual pode ter entrado no local sem gerar desconfiança.
Entre 2006 e 2008, Yassin Salhi foi fichado pelos serviços de Inteligência como um dos indivíduos que representariam uma ameaça potencial à segurança do Estado, disse François Molins, confirmando as declarações do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.
Salhi voltou a ser monitorado pela Inteligência francesa entre 2011 e 2014 por seus vínculos com o movimento salafista de Lyon.

Nenhum comentário:

Postar um comentário